Mamãe e o mercado de trabalho.

Caramba, realmente percebi que estou sendo muito negligente com o meu blog, sempre tenho coisas para escrever, mas falta a inspiração de colocar as palavras em ordem sabe?!

Ok, segunda-feira eu volto ao mercado de trabalho. A Maria já está desde de abril na escolinha, ficar sem ela já é uma dor que eu acolhi dentro de mim, tendo aceito essa dor, fica mais fácil de lidar e ela se transforma em ansiedade para vê-la novamente, quanto a ficar sem ela: ticado!
Quando você se torna mãe, na sua própria vida tudo muda, mas você se aceita, sua família te aceita, seu marido, namorado, noivo... todos ao seu redor aceitam a sua mudança, apoiam e ficam do seu lado, paparicam e, na maioria das vezes, por mais que se importem com você, acabam se importando muito mais com o seu filho, rs. Mas o mercado de trabalho te vê diferente. Uma pessoa que aos 21 anos ficou grávida, é tida como uma pessoa sem perspectiva de carreira, afinal de contas, muito jovem para ter um filho, uma criança cuidando de outra. É, os tempos mudaram, na geração da minha mãe, isso não era tão acentuado assim, na minha, ser mãe aos 21 coloca em cheque sua carreira, como se filho fosse um impecdimento e não um motivo a mais para querer vencer na vida, o seu comprometimento com a empresa é tido como baixo, afinal, seu filho vem em primeiro lugar, seus horários são tabelados e a sua vida não é mais dos imprevistos que sua profissão tem. Foi difícil voltar ao mercado, sair e, agora, voltar. Posso parecer amargurada e posso até estar errada (se houver alguma pessoa de departamento pessoal lendo isso, por favor, me corrija se eu estiver equivocada), mas foi o que eu senti na pele, a perspectiva de voltar a trabalhar e dar o maior gás do mundo se esvair por entre seus dedos e você tentar encontrar uma forma, em vão, de segurar aquela oportunidade nas suas mãos, a lei natural da vida de ter filhos fica banal e se torna algo que "te suja" ao invés de te engrandecer, neste sentido da vida. Ok, eu me recuperei, fiquei amargurada, mas fui forte. Acho que fiquei mais triste pelo fato de depositar toda a falta de perspectiva que eu fiquei na licença maternidade, naquele dia, o dia de voltar a ativa e ser aquela profissional, buscar o respeito e mostrar que sua "saída" só te deixou mais forte, mas não foi bem isso.

Mas aí realizei (ou fui realizada, para ser mais precisa) de que é assim mesmo o mercado de trabalho, em um instante você se sente estabilizado, no outro não, é normal, é a lei, é assim que é e tem que ser (quanto "é", me sinto muito afirmativa, rs), voltei a procurar novas oportunidades e percebi que ainda era válido pensar fora da  caixa, mostrar que a Maria só me dá força para ter garra, para ser uma profissional que ela possa ter orgulho no futuro, batalhar para que nada falte a ela e que ela tenha acesso as oportunidades que eu nunca imaginei de ter, é assim que volto. Estou ansiosa para me sentar em algum lugar, me encaixar na sociedade, mesmo que ela seja só de papel, bem superficial, não é isso que eu quero para minha vida inteira, mas não posso reclamar das minhas oportunidades de crescer, este é um novo passo. Houve a cogitação de eu ficar em casa por mais um tempo, mas eu enlouqueceria, infelizmente (ou feliz!) faço parte desta cadeia, até gosto de trabalhar, me sinto útil, além de tudo, sair da sua casa para lidar com pessoas estranhas, com situações estranhas, obedecendo um estranho é uma experiência (além de um tanto estranho) que te faz crescer como pessoa, saber lidar com as diferenças, frustações e ajuda muito na inteligência emocional, estou torcendo por mim e considero esse um passo muito importante para o sucesso e leia sucesso, como algo bem sucedido apenas, como por exemplo, se adaptar no trabalho.


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