Uma semana e algumas reflexões.

Já é bem tarde e eu fiquei com vontade de escrever. Bem, fiquei uma semana em silêncio, é hora de voltar a falar.
A Maria dorme no berço enquanto eu fico pensando em quanto ela cresce em tão pouco tempo, agora a vejo tentando colocar as coisas na boca além da mãozinha nervosa que já vive babada de tanto que é levada a boquinha. E os gritinhos? Ai, ai, já começa a interagir, olhar,  reconhecer, procurar sons... quanta coisa signifcante pra mim que vejo seu passo a passo diariamente,  além disso é fascinante ver o milagre acontecendo a cada segundo diante dos meus olhos.
Ligamos a TV hoje e só vemos motivos para ter desesperança,  a vida humana já não tem tanto valor quanto antes e o anúncio de uma vida tirada se torna apenas mais uma vida tirada, nada mais que isso, virou um número no meio de tanta coisa que acontece e ver esse milagrezinho se desenvolver é aquela chama em um lugar muito frio. Como criar um filho hoje em dia diante dessas coisas que acontecem sem ficar maluca? Tem de ter muita fé mesmo e não somente fé em Deus,  mas na humanidade,  para que ainda haja esperança de que tudo fique melhor ou que a Maria faça diferença no mundo que ela viverá quando começar a entender as coisas,  por que se ela mudou tanto minha vida, nada a impede de mudar a vida das pessoas ao redor dela e eu rezo muito e fico na torcida para que a luz dela ilumine bem mais que simplesmente minha vida, mas das pessoas que ficarão ao lado dela com o passar do tempo. Diante de tudo que eu vejo na televisão só consigo rezar para que ela seja uma pessoa de bem, aliás,  muito mais que isso, rezo para que eu consiga passar os valores que meus pais passaram pra mim, meu mantra, minha fé e meu caráter foram moldados a partir do que foi me ensinado.
É aí que percebemos que cuidar de criança é fácil,  facílimo!  O difícil mesmo é educar, criar, ser aquela mãe chata mesno que o coração doa por dentro,  é saber dizer não mesmo sabendo que irá machucar mas que é a melhor resposta e ainda rezar para que um dia ela entenda que aquilo foi necessário. Apesar dessa dificuldade,  a parte mais pesada mesmo é não ficar maluca, paranóica com as coisas que a gente vê por aí e ao mesmo tempo não ser ingênua a ponto de acreditar que todo mundo é bom e te quer bem, preciso ainda encontrar meu equilíbrio para manter minha cabeça no lugar, mexe com a cabeça da gente quando colocamos tudo em tópicos: violência, acidentes,  fatalidades e por aí vai... A vontade que fica é de não deixar a Maria ir a lugar nenhum para nada acontecer com ela, mas se eu desejar que nada aconteça com ela então nada vai acontecer de fato e eu desejo que ela viva e sinta as coisas boas que ainda perduram nesse mundo, coisas boas mesmo. Entende como é complicado? O jeito é ficar na fé,  já que a esperança muitas vezes nos deixa em stand by.

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