Choque, futuro e ansiedade.

Helloo ;))

Agora a Maria ta começando a falar. É bababababa pra todo lado, quando ta brava é bababa, quando ta feliz é bababa, quando quer algo é bababa. Acho um barato isso, me faz rir e chorar ao mesmo tempo. Do mesmo jeito que, quando ela ri das minhas idiotices, eu dou risada e choro ao mesmo tempo. 

Eu não sei o que será do futuro. A minha infância foi muito inocente, tenho medo dessa nova infância e não quero que a Maria seja criança até os 10, também não quero que ela seja taxada de idiota só porque não é "avançada". Quero que ela brinque, se divirta e não pondere palavras de duplo sentido. Ainda tenho que ouvir que "deixa ela ter 11 anos...". Não caraaaaa! Acho que depende muito de 1.) educação, 2.) ambiente em que convive e 3.) amizades - sei lá o que virá daqui pra frente, mas quero deixar muito claro o valor das coisas e o valor dela mesma. Quem ela é, o que ela quer, quem ela precisa do lado dela, sei lá, só que não consigo mais assistir jornais na TV para não ficar maluca e colocar a Maria numa gaveta pra ninguém fazer mal a ela.

Entende como é complicado? Não dá pra soltar demais, prender demais. O mundo é isso que a gente vê, também não dá pra eu criá-la em um mundo e, ao ficar mais velha, se deparar com uma coisa totalmente diferente e apanhar muito. A vida é cruel, mas a vida é bela. Vou fazer de tudo para que ela saiba perder, para que saiba lutar por aquilo que quer e se não der da primeira vez, é só tentar mais uma, duas, três vezes, até conseguir. Quero que ela entenda o valor da amizade e que precisamos de pessoas ao nosso redor, ninguém vive sozinho. Mas também, eu terei de ensiná-la que as coisas só acontecem se ela se mexer e sacudir a poeira. 

Ah, é tanta coisa né?! O mundo está tão maluco que vou ter de ir aprendendo e ensinando a ela no esquema de repasse de informações, rs. Não vou deixar que a Maria sofra a toa, o que ela puder aprender com as histórias das outras pessoas, com os exemplos, é isso que vai ser. Mas sei que é inevitável, portanto eu preparo meu coração desde já.

Porque eu já to pensando no futuro se a Duda só tem 7 meses? Sei lá, lembrei de um filme que eu assisti quando estava grávida, ele foi bem chocante pra mim. Não lembro o nome, nem quem estrela, mas a história já começa com uma mãe que acorda pela manhã e recebe a notícia de que seu filho matou 50 pessoas na universidade onde estudava e depois se suicidou. Cara, que forte! Logo de início o roteiro do filme quebra as suas pernas e ele se desenrola no desespero da mãe em entender onde ela  falhou, nas vezes que não conversou, que preferiu dar de tudo mas nenhuma palavra, das vezes que não acompanhou de perto, o desinteresse em saber porque o filho era tão fechado e quieto. Imagina, uma grávida assistindo uma coisa dessas? Aquilo me baqueou de tal forma! Tecnicamente aquela mãe fez tudo certo, o menino nunca passou fome, sempre estava bem vestido, teve estudo, oportunidade de ingressar na universidade, o que faltou? O que é preciso? 

Agora que vejo ela aqui comigo, um medo bem forte aperta meu peito, de talvez faltar esse 'Q', mas ao mesmo tempo me sinto confiante. Óbvio, que o filme era o extremo da coisa, mas serve pra alertar que as coisas não são práticas como parecem. Dar comida, roupas, estudos, brinquedos e afins não é o suficiente. Quero que a Maria nos ame (eu e o Caio) pelo que somos e não somente por sermos pais dela, sacaram?! Quero permitir que a Maria ama a Thais e ame a mãe dela numa pessoa só, para que ela se ligue em mim como pessoa e como filha. Não é difícil, mas é delicado. 

Mas assim, este é um desabafo de algo que estava dentro de mim mas o que eu quero mesmo é viver e presenciar cada minuto com ela sem ficar maluca com o que pode ou não acontecer no futuro.

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